Nas comunidades piscatórias mais
antigas, com práticas de pesca e denominações mais sedimentadas, pequenas
distâncias de poucos quilômetros chegam para que uma mesma espécie tenha
designações bem distintas.
A título de exemplo, sendo nós
naturais de Tavira sempre nos habituámos à existência de uma pequena espécie,
nas areias e fundos baixos da ria e das praias, a que chamávamos “cardosas”, esta
mesma espécie na comunidade piscatória de Olhão (a cerca de 20 Km) é denominada
por “alcabroz”, e poucos quilómetros mais a Poente, em Faro, tem ainda uma
outra designação bem diferente.
Esta circunstância, de diferentes
denominações para uma mesma espécie, e a cada vez maior facilidade não só de
comunicação, mas fundamentalmente de circulação de pessoas e bens, dá lugar à
maior das confusões entre profissionais do sector e os consumidores de pescado,
pondo em evidência um velho problema, sem lhe conseguir dar qualquer solução.
A situação que já não seria
desejável, torna-se totalmente inaceitável se não se fizer a correcta
identificação e classificação das espécies, numa base técnica e científica, que
seja adoptada por todos os países (e comunidades piscatórias), nos espaços
marítimos comuns, pois os mecanismos de gestão das capturas e quotas de pesca (no
caso da UE, a PCP – Politica Comum de Pescas), assentam em bases estatísticas
que se não forem rigorosas e correctas, comprometem e podem pôr gravemente em
causa, como já puseram em tempo com o caso da pescada, os interesses Nacionais.
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